Ter bom desempenho ambiental é participar da permanente invenção de um mundo interessante, reduzindo só minimamente as possibilidades de reinventá-lo.
Alguns diriam: não deveríamos nem reduzir aquelas possibilidades!
Mas não é possível.
E por força dessa impossibelidade, para um bom desempenho ambiental é indispensável um mínimo de generosidade:
a suficiente.
Solidário x generoso
Não nos revelamos generosos ao darmos um pouco daquilo que já temos demais para quem não tem o suficiente. Generosidade verdadeira seria dar o que pode faltar; e generosidade suficiente seria aceitar dispor apenas do necessário, aumentado as possibilidades de outros disporem do essencial.
É difícel, talvez impossível, delimitar o que seria o necessário para um ser humano. Parece ser igualmente difícel o ser humano decidir não querer demais aquilo que não existe en quantidade suficiente para todos.
É difícil para o ser tipicamente humano e potencialmente generoso notar quando ele já tem o suficiente. Assim, infelizmente para aqueles que esperam generosidade, os humanos voltaram-se para o exercício da solidariedade: comportamento presente em várias espécies sociais; e mais eficazmente exercida entre aqueles que têm mais.
O comportamento solidário já estava presente no ser social que evoluiu para humano. Já generosidade é manisfetação genuinamente humana, essencial para a construção de humanidade. A diferença entre solidariedade e generosidade é semelhante àquela que existe entre cooperar e doar. Muito grande.
Solidariedade emerge tanto da força de interesses convergentes, quando da força de interesses opostos. Generosidade é não precisar, é doar sem nada receber, sem nada querer- não querer nem mesmo a satisfação de poder dar. A grande diferença apontada não torna a solidariedade sempre pequena. Somente menos virtude do que a generosidade, pois quando a generosidade está presente em nobre ato solidário, humanidade fica evidente.
" Luiz Renato D'Agostini/Ana Paula Pereira cunha"
